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Pacotes de viagens em oferta: vale a pena comprar agora para viajar depois? – Fonte Gauchazh

Planejar viagens com antecedência costuma ser o primeiro passo para uma boa experiência. Mas o coronavírus trouxe incertezas para perguntas como: quando os passeios de férias poderão ser retomados? Vale a pena adquirir pacotes mais em conta neste momento?

A primeira coisa a entender é que ainda pode levar tempo para que os brasileiros possam colocar o pé na estrada. A maioria dos países estão com as fronteiras fechadas para estrangeiros. Infectologistas consultados por GaúchaZH consideram delicado estabelecer um período para a retomada e apontar destinos a serem escolhidos.

— É possível que lá por outubro, novembro, as pessoas possam viajar, mas pode acontecer de só voltarmos à normalidade a partir de 2021. Não dá pra dizer, por exemplo, que você pode ir para determinado local a partir do ano que vem, porque nem se sabe se esse local receberá brasileiros, por exemplo. A pandemia ainda está acontecendo, então não temos como ter certeza — analisa o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo.

Quando for possível viajar, a orientação é procurar países que tenham lidado melhor com a primeira onda do coronavírus, conforme o professor de Epidemiologia Ricardo Kuchenbecker, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS):

— A gente estima que cada um dos países afetados viverá uma, duas, três ondas da doença, e cada uma delas demora cerca de três ou quatro meses, podendo variar. Então, voltar ao normal é algo que vai demorar. A China, por exemplo, que completou a primeira onda em fevereiro, está com as fronteiras fechadas até agora.

Para o professor, os locais que lidaram melhor com essa primeira onda devem vivenciar, em tese, uma segunda e terceira fase de forma menos intensa. 

— São lugares mais seguros, mas isso não significa que não representam risco — ressalta, listando como exemplo, além da China, a Alemanha e mesmo a Itália.

Os Estados Unidos, que estão fechados para a entrada de brasileiros, devem ser evitados, assim como destinos dentro do nosso país.

Céu aberto

Para Chebabo, outra dica para quando as viagens forem liberadas é escolher locais que ofereçam atividades a céu aberto.

— Evitar os grandes centros, como Paris e Londres, é uma boa opção, visitando cidades do interior da Europa, com menos circulação. Locais mais de contemplação, de natureza, em que você possa alugar um carro e se deslocar de forma mais independente, evitando o transporte público, por exemplo — afirma. — Mas os locais ainda vão ter muitos cuidados e restrições. Espetáculos, museus, teatros, se estiverem abertos, devem estabelecer um limite de público e medidas para distanciamento.

O melhor é esperar, diz presidente da Abav-RS

Para a presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Estado (Abav-RS), Lúcia Bentz, o melhor é esperar:

— Essa perspectiva de viagem tranquila só vai acontecer quando tivermos uma vacina, e essa é uma preocupação que vemos nos clientes também: mesmo que queiram viajar, querem estar seguros. Neste momento, considero mais lucrativo esperarmos, nos especializarmos para entender como vai funcionar esse novo mercado, do que vender o serviço. As informações sobre as restrições mudam de um dia para o outro. É tudo muito incerto.

Lúcia não vê como positivo comprar passagens ou pacotes promocionais antecipadamente:

— Economicamente falando, você percebe que as empresas que oferecem esses pacotes estão fazendo caixa, usando o dinheiro. Porque, nessas vendas, elas têm todo o prazo antecipado para ver se a viagem irá mesmo ocorrer e têm até quatro dias antes para devolver o valor ao cliente, sem prestar o serviço. Isso é comprar uma ação, você não está comprando passagem, porque não tem nenhuma segurança de que ela vai ocorrer. O que nós vendemos, na verdade, são sonhos, algo que não é tão palpável. Em grande parte das vezes, você só vê o custo total da viagem quando está lá, vivendo aquilo. 

A presidente da Abav-RS acredita que os brasileiros que quiserem viajar enfrentarão restrições mais rígidas, possivelmente permanecendo por mais tempo do que outros estrangeiros na lista dos proibidos em alguns países.

Pode ser um bom negócio, diz diretor de agência

O diretor-geral da Agência Abreu, Ronnie Corrêa, defende como um bom negócio adquirir passagens antecipadas neste período. Contudo, é preciso que o cliente tenha flexibilidade e esteja atento às regras para que não saia frustrado.

— Pensando em 2021, acho que comprar pacotes agora pode ser vantajoso. Há muitas promoções que compensam a alta no câmbio, por exemplo. Mas, mais importante do que encontrar bons preços, é o cliente levar em conta se ele tem flexibilidade para adquirir aquele pacote. Se a viagem não sair, você vai receber o dinheiro de volta? Fica com crédito junto àquela empresa? Quais as condições para alterar as datas da viagem e até quando isso pode ocorrer? Tudo isso tem de estar muito claro — afirma o diretor-geral da empresa fundada em Portugal e que atua desde 1840 na área.

Corrêa diz que tem acompanhado promoções do setor de hotelaria no Caribe, por exemplo. Ele avalia que há uma tendência de que uma parte do público procure por cidades afastadas dos grandes centros, mas que isso não deve ocorrer em grande escala.

Sua orientação é tomar cuidado na hora de comprar, pois ofertas com valores muito abaixo do mercado podem incluir regras muito rígidas. Sites desconhecidos também devem ser evitados:

— Tem de haver bom senso. É preciso ler as letras pequenas, ter cuidado. Tem passagens e hospedagens que podem estar baratas, mas que ao mesmo tempo apresentam regras pouco flexíveis em relação a datas.

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